segunda-feira, 23 de julho de 2007

Estava em casa. Tudo parecia calmo. Calmo demais, na verdade. Devia ter percebido o prenúncio do que viria pela frente. O tempo foi passando arrastado até que o telefone tocou. Ouviu a voz de choro do outro lado e soube o que ocorrera, mas ainda sim, precisou perguntar. Precisava ouvir, ou não pareceria real. O que aconteceu? - disse. Eu preciso de você. - ouviu por entre as lágrimas. Sem pensar direito no que fazia juntou suas coisas e foi. Já estava do lado de fora da porta, quando se lembrou da barra de chocolate. Serotonina e endorfina sempre ajudam nessas horas. Correu até o balcão e pegou o doce (que na verdade era meio amargo, como gostavam) e guardou na bolsa. Não sabia bem o que esperar, o que diria nem faria ao chegar, apenas entrou no carro e dirigiu desesperadamente ao lugar em que nunca antes estivera. E deveria ter estado várias vezes por outros motivos, mas simplesmente nunca fora lá. Buscou uma vaga para seu carro. A tensão já era tal que mal conseguia manobrar. O mais difícil era controlar a embreagem, tanto que lhe tremiam os pés. Estava lá, mas não sabia bem para onde ir agora que chegara. Pegou o telefone e ligou, esperando instruções, mas principalmente que sua suspeita fosse falsa. Vou aí te buscar - disse a voz no telefone. As portas do elevador se abriram, seu olhares se cruzaram. Logo se abraçaram e começaram a chorar. E não foi preciso dizer mais nada.

2 Letras:

Luiz Madeira disse...

Aceita ligações de emos enrrustidos?

Anônimo disse...

Que sorte temos, ter vc, é sorte mesmo.